Professores da rede estadual de Carmo do Paranaíba, representados por profissionais da educação das escolas Professor José Hugo Guimarães, Amadeu Gonçalves Boaventura, Leôncio Ferreira de Melo e o Centro Estadual de Educação Continuada (CESEC), realizaram na manhã de hoje (8), uma manifestação na praça central da cidade. O ato acontece na maioria dos municípios mineiros e pode ser considerado um indicativo de greve.
Os manifestantes vestidos de preto, com apitos e cartazes pediram aos motoristas que passavam pelo local que buzinassem seus automóveis, chamando a atenção da população que vem apoiando a luta dos profissionais da educação.
De acordo com a professora Isabel Ribeiro, o piso nacional do professor atualmente foi instituído no valor de R$3845,63 (bruto). Porém, Minas Gerais é um dos poucos estados brasileiros que não paga esse valor. “Esse profissional hoje recebe R$1800, ou seja, um valor bem abaixo daquilo que manda a lei”, disse.
Ainda de acordo com a profissional, um auxiliar de serviço da escola, com os descontos, chega a receber menos que R$900 pelos serviços prestados. “Portanto, nossa luta não é apenas para o professor em si, pedimos mais atenção aos profissionais da educação que têm sofrido bastante com essas condições”, finalizou.
Por esse motivo, a categoria em todo o estado organizou a paralização na data de hoje (8), para reivindicar o piso nacional. “Nossa luta não é por aumento de salário, queremos apenas que o governador do estado pague o valor do piso salarial da categoria”, afirmou.
Reajuste
O governo de Romeu Zema (Podemos) anunciou um reajuste de 10% para todos os servidores na semana passada. Mas para a professora Síntia Barbosa, esse valor não resolve o problema do educador mineiro. “Nós pagamos impostos proporcionais àquilo que recebemos. Há um desconto de 22% no valor do nosso salário, então, ao mesmo tempo que recebemos um reajuste, aumenta também o desconto e no final das contas em alguns casos, o professor vai receber menos do que ganhava”, afirmou.
Calendário de luta
– 8 de março: Assembleia Estadual com indicativo de greve – Educadoras e Educadores em luta pelo Piso Salarial – Paralisação total das atividades.
– 16 de março: Dia Nacional de Paralisação com Conselho Geral e Assembleia Estadual
– Realizar atos públicos e na Cidade Administrativa
– Intensificar a mobilização com visitas às escolas e plenárias por setores da categoria.
Por meio de nota, em uma matéria sobre o tema no jornal O Tempo, o governo de Minas informou que “estão sendo discutidas as providências necessárias para cumprir o pagamento do novo piso salarial para os servidores da Educação, a partir do reajuste publicado pelo Governo Federal”. “Sobre o indicativo de greve da categoria, convocada pelo sindicato, em assembleia realizada no último dia 15, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) reitera que tem mantido um diálogo franco e aberto com representantes sindicais e que os canais continuarão abertos para que as reivindicações da categoria possam ser apresentadas e debatidas”, concluiu a nota.

